Arquivo mensal: novembro 2015

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As minhas lágrimas, quanto valem?
Qual o preço dos meus fios que caem?
Adicione aí o valor de amar meu corpo
Para eu andar leve sem me carregar como estorvo

Quanto custou esse seu orgulho todo?
Em qual das suas planilhas consta meu esboço?

Quantifique meu cabelo
Precifique meu rosto
Faça contas exatas de tudo que é do teu gosto

Só que do carro quem nem sei a marca
Eu queria apenas a jornada para ser amada
Não precisa ser longe, não precisa ter nada
Somente um momento em que eu não seja capitalizada

Que da minha força nasça a minha anarquia
E que meus sonhos deixem de ser fantasia

Ela

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Na cadeira do computador ela subiu 
O objetivo era atingir cada vez mais alto
E como em muitos momentos da vida ela sucumbiu
Estatelada no chão perdeu o ar

Dessa vez não era o peso de sua alma que lhe impedia de respirar
As costelas quebradas perfuraram seu pulmão
Uma dor finalmente palpável que lhe sossegou o coração
Paralisada no chão fitava o teto
Sempre quis a casa como aquele ambiente quieto
Sozinha agora não tinha ninguém para lhe socorrer
E tudo que pensava era em como iria morrer

No entanto os ossos dilacerados eram só uma representação
Daqueles pensamentos que se tornaram uma auto prisão
Começou a pensar em tudo que já tinha passado
Na chance de mudar aquilo no que havia se transformado
Costela por costela
Passo por passo
Demolir para reconstruir